sábado, 20 de fevereiro de 2010

Capítulo 11

O fim de semana chegou,e com ele a oportunidade de rever a família.Aline chegou em casa de manhã,porém encontrou apenas Karina em casa.Sua mãe não se encontrava,e nem seu pai,que já deveria ter voltado da viagem a trabalho.A garota estranhou,mas foi avisada pela irmã que seus pais tiveram que viajar de última hora para o interior de São Paulo,pois a mãe de Helena se encontrava muito doente,e a mulher tivera receio de que a mãe se fosse sem ter oportunidade de revê-la.
Aline preocupou-se,pois era muito ligada à sua avó.Lamentou o fato de não ter sido possível ir também para revê-la.
Depois de dar o aviso a Aline,Karina subiu ao quarto e instantes depois voltou com a roupa trocada,de salto alto e uma bolsa a tiracolo.
-Vou dar uma saidinha-a garota avisou a Aline.
-Mas já tão cedo?
-E o que é que tem?
-Nada...Você volta pra almoçar?
-Provavelmente sim.Tchau-disse Karina por fim,saindo porta a fora.
Aline dirigiu-se à cozinha para comer alguma coisa.Gostava de ficar sozinha,assim se sentia mais à vontade.Abriu a geladeira,pegou um suco de laranja e logo após alguns pãezinhos de queijo no forno.Pareciam ter sido feitos a pouco tempo.Sentou-se à mesa e pôs-se a comer,pensativa.Ultimamente estava muito reflexiva.Os últimos acontecimentos deixavam-na um pouco perdida.Não sabia ao certo o que sentia por Rick,mas deveria assumir para si mesma que sentia ciúmes dele com sua nova amiga.Por fim,o pedido de Fernando no dia anterior a deixara não só perdida,como confusa.Deveria orar muito e pedir direção a Deus,como Vivian dissera,para saber o que era o certo para si.
Depois de comer,a garota dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho.Sentia-se um pouco cansada,pois precisara pegar metrô e ônibus para voltar pra casa.Viera com Vivian,pois o pai desta também não pôde ir buscá-la.
Depois do banho desceu à sala,ligou a TV e sentou-se no sofá.Assistiu por alguns instantes um programa,mas se entediou e desligou a TV.Foi até a varanda e deixou-se observar a rua por instantes.Havia pouco movimento,era monótono ficar olhando-a.Mas num lance de olhar avistou uma figura conhecida andando tranquilamente pela calçada.Era Henrique.Aline pôs-se a acenar para o amigo,chamando-o.Henrique levantou a vista e deu um largo sorriso quando avistou a menina.A garota saiu da varanda em direção à porta e saiu para o portão,onde o amigo a esperava.Se abraçaram alegremente.
-Como está Aline?
-Bem,Henrique.E você?
-Mais ou menos...
-Por que mais ou menos?
O rapaz assumiu uma expressão um tanto tristonha.Aline ficou preocupada.
-Bem,é que...Eu vou mudar de cidade.
-Mesmo?Por quê?
-Problemas familiares...
-Entendo...E quando você vai?
-Segunda-feira.
-Mas já?
-Já...
-Poxa,eu sinto muito.
-Sem problemas.Acho que essa é a vontade de Deus pra minha vida.
-É,acho que é mesmo,nada acontece sem a permissão Dele...
-Mas amanhã nos vemos na igreja.Vai ser minha despedida.
Aline deu um sorriso triste,pois perderia um grande amigo.
Henrique foi embora e Aline entrou para casa novamente.Aproveitou o tempo sozinha,dirigiu-se ao quarto,pegou a Bíblia,leu,meditou,orou,e quando se deu conta já chegara a hora do almoço.Foi até a cozinha,fez a refeição e deixou tudo pronto para quando Karina chegasse.
As horas foram passando,e nada de Karina aparecer.O que teria acontecido?Por certo encontrara companhia para o almoço e decidiu fazê-lo fora de casa.Procurou não se preocupar,afinal,tinha informações de que Karina não parava mais em casa ultimamente.
Mais algum tempo se passou,e Aline não pôde evitar mais a preocupação.Karina havia saído às 10 da manhã afirmando voltar para o almoço,mas já eram 16:30 horas e nada da garota voltar.Não conseguiria ficar tranqüila enquanto a irmã não chegasse.Começou então a imaginar os lugares onde a menina poderia estar.Quem sabe na casa de Elen,ou na de Camila?Mas não possuía o telefone dessas meninas,como então saberia se estavam juntas?Ah mas havia o celular de Karina,claro!Como poderia esquecer esse detalhe?Ligaria para o celular da irmã.
Discou o número em seu celular e ficou na expectativa do atendimento.Nada.O telefone chamava,chamava...Mas ninguém atendia.Resolveu dar um tempo.Meia hora depois estava tentando novamente.Nada.O que Karina estava fazendo afinal?
O tempo ia passando,e nada de Karina voltar e nem de atender o celular.Aline começou a se desesperar.Ela era a irmã mais velha,portanto estava responsável pela casa e pela irmã mais nova.
Lembrou-se de Diego.E se Karina estivesse com ele?Olhou sua agenda no celular e procurou o número da casa de Fernando.Quem sabe Karina não estava lá?
Discou o número e ficou à espera.Alguém com uma voz simpática e bem conhecida sua atendeu.Era Fernando.
-Alô?Fernando?
-Oi...Peraí,deixa eu adivinhar quem está falando.Será que é quem estou pensando?
Aline sorriu.Ele certamente sabia quem estava falando.
-Aline,a que devo esse prazer de receber uma ligação sua?
-Eu quero uma informação.Seu irmão está em casa?
-O Diego?Não...Ele saiu.
-Fernando,você sabe se a Karina está com ele?
-Não,não sei Aline.
Aline assumiu uma voz nervosa.
-É que ela saiu de manhã,dizendo que voltaria para o almoço,mas até agora não voltou-disse a garota,olhando para o relógio,que já apontava 17:00 horas.
-Calma Aline,fica calma.Ela deve chegar logo,sabe como são esses adolescentes...
-Eu sei.Mas é que eu to responsável por ela,sabe,os meus pais viajaram e eu to responsável por ela e pela casa.
-Fica calma Aline.Olha,você quer que eu te faça companhia?
-Não precisa Fernando.Não se preocupe.
-Tá...Mas qualquer coisa me liga,tá?Eu to à disposição.
-Tudo bem.Obrigada-Aline respondeu quase chorando.
Desligou o telefone e procurou se acalmar.Era difícil,mas devia confiar em Deus,assim como Fernando havia dito.
Alguns minutos se passaram,e o telefone tocou.A garota olhou para o identificador de chamadas e percebeu que tratava-se de uma ligação de outra cidade.Deviam ser seus pais.Procurou mostrar-se calma.
-Alô?
-Alô?Aline?-era Helena.
-Oi mãe...
-A Karina te avisou que viajamos?
-Sim mãe,ela avisou.Como está a vovó?
-Um pouco doente,filha.Precisamos orar por ela.
-Eu to orando,mãe.
-Como estão as coisas por aí?E a Karina?
Essa era a pergunta que Aline temia.
-Está tudo bem,mãe.Não se preocupe-disse Aline,não querendo preocupar a mãe.Estava dando essa resposta pela fé.
-Que bom filha,qualquer coisa nos ligue.Você viu o número no identificador?
-Vi sim.
-Ok.Então tchau,filha.Se cuida.
-Tchau mãe.
Aline desligou o telefone chorando.Dissera que estava tudo bem,mas e se não estivesse?E se houvesse acontecido algo com Karina?Se sentia responsabilizada pela irmã.Não hesitou,dobrou os joelhos e dirigiu uma oração a Deus.Estava desesperada.Pedia a Deus que guardasse Karina onde quer que estivesse,que a protegesse,que enviasse um anjo para socorrê-la,enfim,que a preservasse.
Levantou da oração e deitou no sofá.Sentia-se mais calma.Era incrível como um diálogo com Deus acalmava tanto o ânimo de alguém.
As horas continuaram passando.Já passava das 19:00 horas.Ouviu a campainha tocar.Levantou-se esperançosa.Quem sabe Karina tivesse esquecido a chave,por isso tocara a campainha?Abriu a porta e avistou Fernando.
-Desculpe,mas eu fiquei preocupado com você.Sua irmã não chegou ainda?
-Não-Aline disse,tentando ocultar algumas lágrimas que caía no canto dos olhos.
Fernando aproximou-se e tocou de leve o rosto de Aline.Limpou suas lágrimas ternamente e olhou-a com carinho.Aline convidou-o a entrar,e ambos sentaram-se lado-a-lado no sofá.Permaneceram calados por instantes.Fernando quebrou o silêncio.
-Não se preocupe,Aline.Deus está cuidando dela.
-Eu sei-Aline murmurou.
-Que tal um passeio pra espairecer, esfriar a cabeça?
Aline meneou a cabeça negativamente.
-É melhor não...E se alguém ligar?
-Tem razão...
Fernando pôs-se a conversar pra quebrar o clima tenso.Aline correspondia,porém com ar de preocupação.Conversaram sobre vários assuntos,porém Fernando evitou falar em namoro.Sabia que não era hora pra isso.
O telefone tocou novamente.Aline deu um pulo e atendeu ansiosamente.
-Alô?
-Aline?
-Sim,sou eu.Quem tá falando?
-É a Taís,amiga da sua irmã.
-Da Karina?Onde ela está?-perguntou Aline,aflita.
A menina não respondeu de imediato.
-Alô?-Aline insistiu.Percebia-se que havia um barulho imenso do outro lado.
-Oi...É...é...-gaguejou a garota.
-Onde está a Karina?
A menina respirou fundo e respondeu:
-Ela...ela tá no hospital.

3 comentários:

  1. Oi, Érica!

    Vim aqui pra cumprir o prometido: Li a história toda. Menina, vc escreve muito bem. Adorei! Ia ler aos poucos, mas não consegui, em dois dias já tinha terminado.

    Aline cheia de admiradores, hein... Fernando, Leo, Rick... Adorei o negócio das poesias, q formavam o nome dele. Muito fofo!

    Sinceramente, o Fernando é muito simpatiquinho pro meu gosto. Posso parecer mal-humorada, mas gente simpática demais e que sorri o tempo inteiro me irrita, rsrsrs.

    Porque eu sou folgado. Comentei a mesma coisa com a minha mãe qd eu tava pensando em me mudar pra fazer pós, kkkk.
    --
    E a Karina é bem nojentinha. Em alguns momentos, lembrou minha irmã do meio, q tem mania de ficar emburrada e não conversar com ninguém. Fiquei curiosa pra saber o q aconteceu com ela.

    Tô aguardando os próximos capítulos.

    Bjos

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  2. Eu já previa que o telefonema seria pra avisar que Karina estava no hospital. Que o ocorrido, qualquer que tenha sido, sirva para que ela reflita.

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  3. Ei ontem foi Quarta e vc nem postou Hunf! Prontofalei! u.u

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