Já era fim de mês,e o dia do curso de aperfeiçoamento para professores de crianças,da qual Aline,Vivian e Karina participariam se aproximava.Por alguns fatos ocorridos na cúpula da EBD,o curso não seria em Guarulhos,e sim em Mauá,onde os alunos das diversas cidades de São Paulo se reuniriam durante quatro dias.
Karina voltou para casa antes do término das férias,visando a aproximação do curso,e parecia bastante animada.Ela havia voltado um pouco diferente da casa da tia Carmem.Havia cortado um pouco os cabelos,até os ombros,e eles pareciam um pouco mais claros,efeito do sol.
No dia marcado para o início do curso,Aline,Karina e Vivian se encontravam a postos na casa da última,à espera de Luciano,que as levaria até Mauá.Elas teriam que ficar os quatro dias num hotel que tinha parceria com o ministério do qual faziam parte,com tudo pago pela EBD da igreja.
-Bom dia meninas-Luciano as cumprimentou assim que chegou .
-Bom dia-elas responderam juntas.
-Estão animadas?-o homem perguntou,observando as fisionomias felizes das garotas-Percebi que sim...
As garotas entraram no carro;Aline foi no banco da frente,e Vivian sentou atrás,com Karina.
-Quanto tempo leva para chegarmos em Mauá,Luciano?-Vivian indagou quando iniciaram a viagem.
-Depende da situação do trânsito.Talvez uma hora...
As meninas se entreolharam,e Luciano pareceu entender o que elas estavam pensando.
-Tudo bem,meninas,vamos tentar animar um pouco isso aqui-disse ele ligando o som.
-Aí sim hein!-gritou Vivian animada.
E assim se seguiu a viagem:música e cantoria do início ao fim.Quando chegaram ao hotel,Luciano lhes passou algumas instruções acerca dos quatro dias em que ficariam lá.
-Confio em vocês-ele finalizou-Aline e Vivian,vocês que são de maior tem maior responsabilidade.
Karina fez uma cara de quem não havia gostado do que Luciano havia falado.Aline que conhecia bem a irmã,percebeu que ela se sentiu diminuída pelo fato de estar sob a “custódia” dela e de Vivian.
As meninas entraram no hotel,fizeram o reconhecimento das reservas e subiram ao quarto em que ficariam.As três ficariam no mesmo cômodo,já que os outros quartos seriam para acomodar as várias outras pessoas que viajaram a Mauá para fazer o curso.
-Isso aqui tá parecendo uma República-disse Aline,ao observar o ambiente.
-Foi a mesma coisa que pensei quando entrei-concordou Vivian.
-Eu não gostei.É pouco espaço pra muita gente-reclamou Karina.
-É que é muita gente né Ká...-Aline explicou.
-To me sentindo desconfortável,não gosto de dormir fora da minha cama-Karina continuou reclamando.
-É só por 4 dias,você não vai morrer por isso-Vivian ironizou.
Karina fez um gesto de que ia soltar algum desaforo,mas foi interrompida pelo celular,que começou a vibrar.A menina atendeu e se afastou,falando bem baixinho e em tom enigmático.
-Quem era?-Aline perguntou,quando a irmã terminou de falar.
-É um amigo...
Aline olhou para Vivian,que não entendeu o olhar,e deu um sorrisinho.
-Vou tomar um ar-disse Karina,abrindo a porta.
-Não vai muito longe-Aline recomendou.
Karina lançou um olhar desdenhoso para a irmã e disse:
-Eu sei me cuidar.
A garota saiu e Vivian comentou:
-Me segura,porque eu não sei se vou conseguir aturar a tua irmã esse tempo todo sem ter vontade de dar uns tabefes nela.Já to avisando,por que se acontecer você não vai ser pega de surpresa.
-Você não é a primeira pessoa que pede licença pra bater na minha irmã,mas como eu sou uma pessoa justa e boa irmã,não vou permitir que você faça isso-disse Aline calmamente.
-Tá bom,eu não posso,mas você pode.Se ela começar a encher o saco você dá um “chega-pra-lá” nela pra evitar que eu mesma faça isso.
Aline deu risada,e Vivian mudou de assunto:
-Mas me conta.Por que você me olhou daquele jeito na hora em que a Karina acabou de falar no telefone?
-Ah,é que você não sabe o que eu descobri.Dia desses eu tava olhando uns arquivos no computador e vi umas poesias que enviaram pra Karina.Você não vai acreditar em quem é que tá enviando essas poesias pra ela...
-Quem?
-O...-iniciou Aline,sendo interrompida pelo barulho do celular,que dessa vez era o seu.A menina olhou para o visor e deu um sorriso quando viu o nome “Rick”.
-Fala meu amor...
-Oi amor,quero saber se já chegaram em Mauá.
-Chegamos.
-Correu tudo bem?Nenhum problema?
-Nenhum.
-Que bom.Olha,amanhã to indo aí ver você.Prometi pra mim mesmo que ia passar os quatro dias sem te ver,mas acho que não vou conseguir.É difícil demais pra mim.
Aline sorriu e respondeu:
-Pra mim também.O que você acha que eu senti quando você ficou aqueles dias fora do Brasil?
-É,imagino o que deve ter sentido.Ficar sem mim é difícil.
-Convencido!
-Desculpe,mas é você que me deixa assim.Me elogia o tempo todo,diz que me ama,então é difícil não “subir à cabeça”.
Aline deu risada.
-Bem,a conversa tá boa,mas preciso desligar.Então fica assim,passo aí amanhã à tarde pra gente almoçar junto,combinado?
-Combinado.
-Então tá.Amei ouvir sua voz.
-E eu a sua.
-Tchau.Te amo.
-Tchau,também te amo.
Aline esperou que Rick desligasse o telefone,mas continuou ouvindo sua respiração do outro lado da linha.
-Rick,você ainda tá aí?
-Eu to...É que to esperando você desligar.
-Ah,e eu esperando que você desligue-ela falou rindo.
-Desliga você.
-Não,você desliga.
-Não,vamos desligar os dois juntos.
-Tá.
Aline então desligou o telefone e viu Vivian a observando,meneando a cabeça.
-Por que namorados são tão bobos?Onde já se viu: “Desliga você...Ah não você desliga...”-ela imitou,forjando uma voz patética.
-Você diz isso porque ainda não tem um namorado que ame de verdade.Quando você tiver,vai entender porque somos tão bobos.
Vivian deu de ombros,e retrucou: “Talvez...”
A porta se abriu e Karina entrou,avisando:
-Gente,estão servindo o café da manhã,vocês querem ir?
-Ah eu quero-disse Aline,levantando da cama-Saí atrasada de casa e nem tive tempo de comer nada.
-Novidade você sair de casa atrasada...-disse Vivian,rindo.
As três então se dirgiram ao refeitório para tomarem o café da manhã.
Aviso:Pra quem ainda não leu,o capítulo 17 foi postado sábado.
