segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Capítulo 7

Karina olhou para Aline.Estava com uma expressão contente no rosto.
-Já viu quem está aqui?- perguntou a garota à irmã, sorridente.
O homem, que estava de costas até então, virou-se lentamente, exibindo um largo sorriso para Aline.
-Papai?!- exclamou Aline, surpresa.Não reconhecera seu próprio pai. “Que mico!” Não costuma vê-lo daquela maneira, vestido descontraidamente, aliás, nem esperava que seu pai aparece assim, de repente.
-Não vai dar um abraço no seu pai?- falou o homem, abrindo os braços.Carlos era um homem alto, branco, de cabelo já meio grisalho e olhos verdes.Karina havia “puxado” pra ele nas características físicas.E até mesmo no gênio.Ambos tinham personalidade forte e eram bem determinados.
Aline atirou-se nos braços do pai, emocionada.
-Papai, que bom que está de volta!Como senti sua falta!- dizia, quase chorando.Carlos não parava de sorrir, se emocionando também por perceber a carência da filha.
-O senhor não iria chegar só no fim de semana?
-Sim, mas consegui antecipar a volta, e aproveitando o ensejo vim fazer-lhes uma surpresa.
A garota continuou abraçada ao pai, que puxou Karina para que viesse unir-se a eles também no abraço.Entraram no carro, satisfeitos.Foram tagarelando durante todo o trajeto para casa; as garotas contando os episódios ocorridos durante a ausência do pai, e o pai relatando suas experiências durante a viagem.A chegada em casa não deixou de ser uma festa.Helena, que fora a primeira a rever Carlos, não deixava de sorrir, mostrando seu contentamento e satisfação por receber de volta à casa o chefe da família.Aline sentia-se feliz.Novamente estavam todos unidos.Depois de tantas dificuldades e adversidades superadas, a família comemorava agora o início da vitória que estava por vir.
-A negociação lá em Boston foi um sucesso!- falava Carlos, contente- Recebi um bom dinheiro, suficiente para pagar uma boa parte da dívida.E acho até que poderemos realizar uns gastos a mais...- falou, sorrindo.
-Ah que bom!Porque eu preciso urgente ir ao salão de beleza- reclamou Karina, quase histericamente- e além disso preciso de umas roupas novas, pai...
-Vamos com calma, mocinha...- ponderou o homem, arregalando levemente os olhos e franzindo a testa, o que era um gesto característico seu.
-Que bom que está de volta, pai- falou Aline, abraçando o pai- e fico feliz por ver que está tudo se resolvendo.Tenho orado muito a esse respeito.
-E Deus tem ouvido suas orações, minha filha.Ele tem me ajudado de forma extraordinária.Em pouco tempo, creio que você não precisará mais trabalhar tanto, pois Deus já está entrando com providência em tudo, e eu logo conseguirei me restabelecer por completo.
Aline sorriu carinhosamente para o pai.Era louvável vê-lo falando daquela forma, ao contrário de antes, quando murmurava constantemente, dizendo que Deus era injusto e não se importava com eles.Aline teve medo até que ele abandonasse a fé diante de tão grande provação.Mas mediante suas orações e as de sua mãe, que era uma genuína intercessora, Deus intervira de maneira gloriosa ao prover o necessário para que a família e a fé de seu pai se reestruturassem.Agora parecia que tudo estava voltando a seu devido lugar.
O clima em casa era envolvente, mas Aline tinha deveres a cumprir.Após matar as saudades do pai, dirigiu-se à livraria, onde ainda teria um dia inteiro de trabalho.O movimento durante a semana não era intenso na loja, mas isso não impedia que Aline chegasse exausta em casa, pois de qualquer forma, os afazeres eram muitos por lá.
Após trabalhar o dia inteiro, a garota chegou em casa, cansada.Tomou um banho, desceu para o jantar coma família, e depois subiu para o quarto, ansiosa por dormir em sua cama.Ao adentrar, viu sua Bíblia no lugar de sempre, na escrivaninha. “Não posso deixar de lê-la.” Estava se esforçando por meditar todos os dias, embora o cansaço e a fadiga tentassem impedir.Abriu a Bíblia e folheou-a.Abriu em Romanos 10.14. “Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram?E como ouvirão, se não há quem pregue?” Pensou um pouco.Passou a analisar aquele versículo aplicando-o em sua vida.Lembrou-se de Luís, seu chefe.Luís se entitulava “sem religião”.Não curtia igrejas e nem seguia uma crença definida.Simplesmente se informava e guardava para si o que considerava “verdadeiro”.Aline ficaria feliz em poder evangelizá-lo, mesmo sabendo que poderia custar-lhe muita dor-de-cabeça, pois seu chefe era “osso duro de roer”.Enquanto meditava no que havia lido, Karina adentrou ao quarto, animada, tendo em mãos um envelope amarelo.
-O que é isso Karina?
-Isso o quê?
-Esse envelope aí na sua mão.
-Ah... não é nada- falou a garota, tentando esconder o envelope.Aline deu de ombros.Com o cansaço que estava sentindo, não teria ânimo para insistir com a irmã, embora estivesse curiosa.Guardou a Bíblia e deitou-se em sua cama, acomodando-se confortavelmente, como almejara durante todo aquele dia, adormecendo logo em seguida.

5 comentários:

  1. Engraçado como o suspense gancho do capítulo 6 para o 7 é uma situação completamente inesperada. Mas será que na vida não pode acontecer? Sei de gente que não reconheceu familiar e não foi de contas e nem estava tão longe, mas por incrível que pareça aconteceu. Agora o gancho para o capítulo 8: "O que terá no envelope amrelo"? Aguardem as novas emoções de Aline.

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  2. Gostei do gancho. Realmete mostrou que vc tem criatividade e a historia tem tudo para dar certo. Mas essa de ela querer evangelizar logo o chefe me pareceu muito a Cris (Serie Cris). Quando ela começou a pensar em que ela ia evangelizar eu imaginei logo o Beto, ou um personagem novo (A historia precisa de mais personagem, na minha opnião!) mas tudo bem a historia é sua. Hum.. a Irma da Karina tá começando a "aprontar" hein. Será que o Richard não ta metido no meio dessa historia de envelope? Meu palpite (E o primeiros de muitos, Desculpa, sou uma leitora chata, tá) é alguma supresa da Karina com o Richard/ou alguem para a Aline (Aniversário, comemoração, sei lá ) ou então a Karina vai ser um ponto pra alguma questao de afetividade e relacionamentos a ser abordada na historia.. Esperando o prox. Cap para entender.

    Ps- Por incrivel que pareça eu costumo não me afeiçoar muito aos personagens principais. To começando a me indetificar mais com a Vivian, por isso eu vou "te pertubar" muito pra vc investir nela (Eu sei que a historia tende a ser em 1º pessoa, mas faz umas execessoes e mostra um pouquinho a Vivian pra gente conhecer!!

    Atenciosamente
    Andréa Ribeiro- Fortaleza -Ceará

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  3. Gostei de você Andréa, você tem a imaginação bem fértil...rsrs Obg pelas sugestões, e pode deixar, vou mostrar um pouco mais da Vivian.Quanto ao envelope, vai ser uma coisa que vai mostrar um pouco de mistério, e isso poderá levar mais alguns capítulos para vocês entenderem qual é esse verdadeiro mistério.Quando souberem o que tem dentro do envelope, não vão achar que seja nada demais...mas, aguardem os próximos capítulos, pq vcs verão que esse envelope guarda muito mais segredos do que vcs imaginam...
    Beijos a todos e obg!

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  4. Ah e estou providenciando novos personagens para a história, aguardem!

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  5. Estou muito apegada a história... sabe os capítulos iniciais são os mais importantes numa narrativa, pois prende a atenção do autor e focaliza no personagem principal... você soube fazer isso No dia[ário da Carol e em Aline também... to amando a história!!

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